11/11/2008
Eu já era o que sou agora, mas agora gosto de ser!
Sabe, eu era aquela amiga solteira convicta, eu ensinava as de coração partido a recuperar a auto-estima, a fazer amigos na fila do banheiro e no balcão do bar.
Antes de você invadir minha respiração eu era aquela mulher que não queria compromisso, que saia todos os dias, que bebia várias tequilas pra facilitar a noite e tudo acabar rápido.
Eu sempre tive muitas amigas, e minha felicidade sempre dependeu muito da felicidade delas. Nós nos reuníamos a qualquer hora, sob qualquer desculpa, para horas a fio de conversas e mais conversas.
Eu tinha muito medo de perder isso para o amor maior. Nunca me entregava por inteiro porque achava que homem nenhum valia a obrigação de abrir mão das boas amizades.
E eu achava isso porque assisti de camarote muita gente fazer isso, e boba que era, acabei acreditando e tomando como regra.
Mas daí, ai ai, daí você apareceu no palco, bongô sacudindo ao som dos seus batuques e as minhas certezas foram todas se liquefazendo.
Eu não sabia pra que lado seguir, porque só via você na minha frente e nossa, eu queria muito te ter só pra mim.
Foi aí que as amigas facilitaram o caminho e te trouxeram pro meu lado, dois passos à direita, três à esquerda, duas cervejas, nenhum cigarro e depois do “preciso ir embora” foi seu beijo que me derreteu.
E, quem diria, derreto até hoje!
Foi então que eu tive que refazer todas aquelas considerações dentro de mim. Foi contigo que eu aprendi, às vezes a duras penas, que a gente precisa sim abrir mão de uma ou outra mania. Mas aprendi também que sem minha vida por perto eu não seria feliz e não sendo feliz também não te faria feliz.
E assim o ciclo acabou se fechando. Você me amando, eu me amando, te amando e você se amando.
Seus amigos num boteco de sinuca, minhas amigas numa mesa de bar, cervejas e filosofias pessoais e a gente virou um só, mesmo sendo dois.
Somos um só porque acreditamos nas nossas verdades e respeitamos as verdades um do outro. E a gente briga, é claro, porque a calmaria traz solidão e com a gente é sempre turbilhão.
E tem dias que dá vontade de fugir do teu humor cruel e me esconder debaixo da cama, com a poeira e a tic-tac vermelha que perdi há anos.
E tem dias que dá vontade de pular sem pára-quedas no colo das amigas essenciais e te xingar e chorar e morrer só um pouco pra te fazer sentir culpa.
Noutros dá uma coceira na barriga, um calor de dentro pra fora, uma saudade sentada sobre meu coração, que se aperta. E a única coisa que consigo desejar é seu abraço, seu sussurro, sua vontade de mim.
Eu sei que agora, contigo, eu posso muito mais e não preciso ser alguém diferente do que eu sempre fui.
E por isso que eu vivo cantado “eu já era o que sou agora, mas agora gosto de ser”.
...quem que te mandou comprar conhaque com o tíquete que te dei pro leite...
Combinavam no estilo das roupas, no gosto musical, na forma como percebiam a vida.
Apesar de alguns anos mais velha, ela trazia ainda uma certa malemolência de criança divertida que combinava com ele.
Ele tinha um olhar duro, um sorriso guardado que só derramava quando bem entendia, mas mesmo assim conseguia ser um poço de simpatia.
Uma combinação quase irresistível era ele ser um garotão de quase 30 anos, do tipo que fugia das responsabilidades enquanto ela era preocupada com contas e investimentos.
Era unânime a opinião das pessoas, tinham nascido um para o outro!
Ela era a caçula de uma grande família, e desde sempre foi rodeada de atenção. Talvez por isso fosse tão dedicada ao amor e aos carinhos.
Amava crianças pequenas, com destaque aos bebês perfumados. Adorava também os bichinhos de estimação, quanto mais peludos e pequenos, melhor.
Ele era um carente eterno, que fazia charme pra ganhar carinho a toda hora.
Um amante da boa cozinha, especialmente de massas e molhos saborosos, encontrou na namorada, um pouco acima do peso, a cheff mais deliciosa que poderia escolher. Com direito a prato principal, sobremesa e vinho do porto para digestão.
Ela era do tipo chorona, e ele do tipo cruel. Não foram poucas as vezes que as amigas a resgataram de uma inundação emocional.
Brigavam, nem muito, nem pouco. O suficiente para fazer das pazes a melhor parte do dia.
Eram divertidos e rodeados de pessoas preocupadas com o mundo.
Ela, apesar de ser independente e uma profissional bem resolvida, era mais ciumenta que uma mulher comum e menos ciumenta que uma mulher doente.
Nunca permitiu que terminassem, tinha certeza que se a decisão final fosse tomada ambos seriam orgulhosos demais para voltar atrás.
O que ninguém mais agüentava eram as discussões sobre futebol.
Ela flamenguista fanática, ele são paulino doente.
Por ela não haveria problema, o São Paulo nunca fora inimigo e qualquer coisa era melhor que namorar um vascaíno.
Ele não, nutria um ódio, um asco, uma aversão flamenguista que muitas vezes a humilhava sem nem perceber. Causava um mal-estar sombrio na alma dela.
Mas quem disse que a menina desistia de ser rubro-negra? Isso nunca! - ela insistia.
Isso seria virar outra pessoa, seria mudar de alma.
E as discussões rolavam soltas, rodada após rodada. Sem nenhum dos dois ceder um centímetro sequer.
E como toda boa briga vem sempre seguida de outras dúvidas e questões humanistas as deles não eram diferentes.
O fato dela ser publicitária, a culpa pelo consumo no mundo. A mania dele de não a apresentar para as amigas, a falta de atenção ao chegar e não beijá-la, o péssimo hábito de não fazer pequenos sacrifícios por ela.
E ele não deixava barato, vinha sempre com o papo de que ela nunca estava satisfeita com nada e que precisava tratar essa terrível falta de auto-estima.
E quando as coisas ficavam num patamar insuportável um dos dois baixava a guarda, respirava fundo e percebia que o caminho trilhado tinha sido bonito demais para estragar tudo assim, num erro do juíz.
E um sorriso era dado, um abraço era pedido e lá no fundo ambos se desculpavam pelas imprudências da língua.
E mesmo cobertos de dúvidas eles podiam jurar, nasceram um para o outro!
11/08/2008
e a vida segue...
Parece que estamos antecipando tudo e assim não vivendo nada direito.
Bobeia um pouco e Coelhinho da Páscoa encontra Papai Noel na esquina, os dois apressados.
Assim como nós, que sempre apressados mal nos olhamos, que pouco nos tocamos ou conversamos com um ou outro na rua.
Nós que pouco nos compadecemos das injustiças do mundo, do país, do bairro, da rua...
A não ser quando cruzamos com um cachorrinho vagando sozinho pela cidade, ai sim, a cena corta nosso coração.
Diferente da mulher e seus 5 filhos ranhentos, que batem a nossa porta em busca de comida e dinheiro, nos tirando do cochilo da tarde de sábado.
Que saco! Por que tanto filho?
Tem pobre que merece mesmo a situação em que vive, a gente pensa.
E despacha a família porque se a gente dá duro a semana toda, porque ela não pode trabalhar também?!
E se esquece os mundos diferentes dentro do mesmo mundo. E se condena a conseqüência sem ao menos sugerir a causa.
E assim a vida segue, os valores se invertendo, a gente correndo e tentando buscar um sentido na vida.
E o pobre Menino que ao nascer foi colocado numa manjedoura vê todo o seu discurso cair por terra.
Vê todo o esforço de Seu Pai ser humilhado em praça pública e percebe que o tal livre arbítrio não tem sido bem usado.
Natal em dezembro? Pra que esperar tanto?Temos agora em novembro o adiantamento do 13º salário, é preciso aproveitar a oportunidade.
Consumidor age por impulso.
Vamos conquistar as crianças cada dia mais cedo, vamos chamar Papai Noel pra nos visitar na Oktober, com aquela barriga aposto que ele não resiste a um choppinho gelado.
Imagina o calor do velhinho com aquela roupa nada tropical?
E aos poucos o sentido de tudo isso se esvai em números, aumento da taxa de lucros, maior procura, comércio bombando, onda de empregos temporários e por aí vai.
E onde fica o "Feliz Natal, minha família, que bom que podemos comemorar mais um ano juntos".
E as histórias dos presentes escondidos, o jantar com todos reunidos, os abraços apertados e reconfortantes?
Demagogia demais pra você?Pois tem gente espalhada por aí desvirtuando o que é mais sagrado no mundo, que é o conviver em harmonia e no amor.
Tem gente comprando demais e fazendo o bem de menos. Eu ainda prefiro ver o Papai Noel só na noite de Natal, já de saída, em seu trenó voador dando rasante pelo Garcia.
Eu ainda acho muito mais mágico agradecer, de mãos dadas aos que estão sempre comigo, as oportunidades que tive.
Eu ainda acho mais digno oferecer alimento a quem não tem oportunidades do que padecer diante de um animal solitário.
7/31/2008
"já deu minha hora e eu não posso ficar, tchau"
Dizer adeus nunca é fácil.
Nunca gostei dessa palavra e por isso adotei o “até logo” e o “se cuide”, que é pra garantir que nos veremos em breve.
Mas chega um momento na vida em que dizer adeus é extremamente necessário e importante.
E são tantos adeus que você pergunta a Deus, “se foi pra desfazer, por que é que fez?”.
Mas a vida segue, e você acena para o passado.
É hora de dizer adeus à menina mimada, afinal de contas uma mulher adulta mora dentro de você.
Dizer adeus aos maus hábitos, você já está chegando aos 30, desse jeito não dura até os 40.
Dizer adeus aos amigos de porta-retrato que foram pra longe, que voltam um dia, mas que nunca mais serão os amigos de porta-retrato de ontem.
Dizer adeus ao trabalho confortável e enfrentar novos desafios, talvez com mais stress, mais problemas, mais dúvidas...
Dizer adeus aos ônibus diários, a tortura de acordar de madrugada e enfrentar 2 horas de trânsito.
Dizer adeus aos poucos amigos que fez aqui, e que sabe que esses poucos 60km que nos distanciam serão suficientes para não nos vermos mais.
Dizer adeus ao mar que você vê todos os dias e nem liga mais. Talvez assim eu aprenda a valorizar mais o meus novos dias de luta. Matando um leão por dia que é pra não perder a forma.
Bom, então...é...até breve!
"será que sou eu?"
Criei uma grande discórdia dentro de mim.
Agora todo dia é isso, divido-me em duas pra poder me suportar (e me contentar).
Além dessas duas doidas que moram dentro de mim, tem ainda aquelas outras velhas conhecidas...tá ficando apertado aqui dentro.
Sei que alguém vai ter que sair, mas estou apegada demais a todas as minhas personalidades, já não sei mais o que fazer.
Devo abrir mão de quem? Ceder mais espaço a qual de mim?
"Melhor é dar razão a quem perdoa, melhor é dar perdão a quem perdeu"
O mais difícil pra mim é lidar com seu passado.
Sinto ciúmes do que viveu antes de mim, das mulheres que amou, das declarações que fez, das promessas.
Sinto uma dor profunda quando te imagino em festas com elas, na cama com elas, olhando-as nos olhos e jurando amor.
Morro quando lembro que me disse uma vez “só fiz amor com mulheres especiais”.
E a cada dia eu tento ser mais e mais forte pra não deixar que seu passado ofusque nosso presente.
E respeito o tempo que passou, porque o meu tempo também passou.
Eu também amei outros homens e jurei amor.
Eu chorei por não ser correspondida, eu chorei por ter sido abandonada e desconfiei que nunca seria feliz com alguém.
Mas o destino já tinha feito suas escolhas e me colocou na sua frente pra provar que eu precisava continuar tentando...e tentamos e acertamos.
O amor que sinto por você é grande, é calmo, é seguro.
Com você eu faço planos, por você eu largo tudo, pra você eu movo o mundo, se precisar.
E todos os dias sou mais forte e corajosa e esqueço o tempo que passou para viver contigo novas descobertas.
Não admito te dividir com ninguém, mas sei que o passado vai continuar existindo.
7/23/2008
"a atitude de recomeçar é todo dia toda hora e se respeitar na sua força e fé e se olhar bem fundo até o dedão do pé"

Durante quatro longos anos eu morei fora de Blumenau, minha cidade tão provinciana e tão querida.
Foi uma experiência incrível, deu vontade de não voltar.
Ganhei autonomia, liberdade, jogo de cintura e alguns quilos.
Mas eu estava sufocando de saudade.
Saudade de ter por perto gente de verdade, não corpos sarados e conversas fiadas.
Claro que eu sentia falta da família, dos sobrinhos crescendo, dos pais envelhecendo sem a minha participação efetiva.
Mas as amigas eram um ponto crucial na minha pseudo-infelicidade.
Sentia saudade de abraçar, de jogar conversa fora sentada no murinho da rua bonita.
Sentia muita falta dos conselhos, dados sem pretensão e sem cobrança.
Nós somos amigas de longa data, amigas que não fazem pressão, que não ficam “de mal”.
Adultas, bem-resolvidas e felizes, acima de tudo.
Cada uma teceu seu caminho, com as pedras, os buracos, as escolhas e os amores que bem entendeu, mas sempre tendo as outras como suporte.
O fundamento das nossas vidas tem na sua essência os mesmos componentes: dignidade, força, lealdade e massa cinzenta. Não, nesse caso não é de cimento que estou falando. É conteúdo, é inteligência.
Elas são, pra mim, como uma folga na vida dura. São meu final de semana sem compromisso.
Elas são meu despertar sem pressa, num domingo com clima de páscoa.
São calor de festa com gente suada e divertida, são o chocolate com café que eu tanto gosto.
A maioria delas está bem próxima do meu sorriso, do meu choro e da minha montanha russa emocional. E elas embarcam no carrinho da frente, porque são Divas essenciais na minha vida.
Outras, puxa, estão um pouco mais distante do meu abraço, mas conseguem mesmo assim compreender minhas dúvidas cruéis, minha vontade de bater, minha vontade de chorar!
De qualquer forma são MINHAS, de mais ninguém.
E sem aviso prévio elas me resgatam da rotina, elas me salvam da tristeza e das neuroses virginianas. E mais um dia o sol se esconde pra lua aparecer. E se faz noite no reino encantado da Dona Baratinha.
Amigas que eu trago com todo cuidado dentro das palavras que escrevo, só pra dizer, obrigada!
Só pra dizer que sem vocês a vida estaria muito difícil.
Tudo isso só pra dizer que amo vocês!
- na foto estão as de perto: Silvana, Priscila, Andreza, Morgana.
- mas esse texto vale também para as de longe: Paula, Sabrina, Luana e Telme
7/10/2008
"Vale, vale tudo"
Eu sou o tipo de mulher que resiste a uma liquidação.
Só compro roupas quando realmente gosto muito da peça.
Não sou obcecada por bolsa, muito menos por sapatos.
Aliás, sapato eu só compro quando o que eu tenho acaba. Acaba mesmo, gasta a sola, machuca o pé.
Acho bonito e tal, mas não tenho problemas em entrar naquelas imensas lojas com pares de todas as cores, saltos, modelos. Com brilho, sem brilho, salto fino, plataforma. Botas, sandálias, rasteiras e por aí vai.
Claro que eu consumo, mas normalmente sou bem educada e controlada, só não me larguem numa livraria, por favor!
Aí sim vocês conhecerão uma mulher louca.
Passeio pelos corredores como quem busca o néctar da vida. As capas lindas e intocadas, as páginas de um branco opaco (que ajudam a leitura pois não refletem a luz, já tinham pensado nisso? Pois eu sou produtora gráfica!!!).
Às vezes penso que nasci numa biblioteca, mas na minha casa tinha muitos livros, exceto os da minha irmã mais velha.
E eu nem me alfabetizei no pré, como a maioria das minhas amigas.
Aliás, eu só consegui virar sócia da biblioteca do colégio lá pelo segundo ou terceiro mês de aula, na primeira série.
Isso era 1985 e a coordenadora geral da escola chamava um por um, numa salinha pequena onde tinha um grande quadro com o texto da formiguinha. Lembro que errei várias palavras, de nervoso, mas consegui “passar no teste” e fui correndo fazer minha carteirinha. Depois disso eu viciei no cheiro de lá. Competia comigo mesma.
Queria registrar na ficha verde o maior número de livros. E para isso acontecer eu usei a estratégia da leitura rápida. Pegava um livro num dia e devolvia no outro. E assim fui acumulando várias histórias.
Tive fases e livros inesquecíveis, como Qüeco, o Pato Selvagem. Ou ainda “Um cadáver ouve rádio”, da coleção Vaga-lume. Tinha a série da Diana, que eu amava e o momento Érico Veríssimo, li todos que estavam disponíveis, destaque especial para “Música ao Longe”.
Com o tempo o gosto pelas palavras foi aumentando e a vontade de escrever também. Os professores diziam que só escrevia bem quem gostasse de ler, e eu queria escrever bem!
Além de não poder entrar em livraria tenho um fraco por Sebos.
Os livros amarelados, com tantas histórias além das suas próprias histórias. As páginas com orelhas dobradas, decerto alguém parou a leitura ali, ou os nomes anotados na primeira página. Alguns vêm com frases grifadas, telefones anotados, nomes enfeitados de coração.
Tudo me encanta.
Outro dia eu tive que sair da agência no meio da tarde, resolver um problema na rua. Sabia que no meu caminho havia uma Livraria.
Cheguei na esquina e a vi, portas abertas, vitrine enfeitada. Respirei fundo e pensei em não atravessar a rua naquele ponto, poderia ser perigoso, mas não resisti.
Tentei enfrentar meu medo e estanquei, frente às novidades.
Aliviada vi que os títulos expostos não passavam de auto-ajuda, gênero que não me agrada. Fiquei feliz por ter resistido, mais um passo e, quem eu vejo? Lindo, vermelho e amarelo, novo e louco de vontade de ser devorado...lá estava o lançamento de Nelsinho Mota, a biografia de Tim Maia “Vale Tudo”.
O coração bateu forte. O “Verdades Tropicais”, do mesmo autor, é um dos meus preferidos da estante. Tim Maia eu amo desde que nasci, e biografias são uma grande paixão.
Entrei. A moça me perguntou se eu procurava algo especial, quase respondi grosseiramente “é lógico, estou numa livraria! Se estivesse buscando alguma coisa qualquer eu iria ao shopping”. Mas fui educada e apenas respondi “vou dar uma olhada geral”, o que normalmente as mulheres (eu) falam ao entrar nessas imensas lojas de departamento.
Busquei freneticamente o livro, mas não achei. No entanto vi os novos do Millôr e quase tive uma síncope. Lindos, ilustrados pelo Angeli e com laminação fosca na capa. Agarrei os dois, mas decidi levar apenas um. Entre “Novos Contos” e “Novas Fábulas Fabulosas”, acabei optando pelo primeiro, adorei o que dizia a contra-capa.
Mais uma busca rápida e encontrei o que queria, Tim Maia em versão escrita. Nossa, minha boca ficou seca.
Corri pro caixa, paguei a vista e em dinheiro e saí, toda orgulha da livraria.
Sai com a sacola em punho, balançando contra o vento, sorriso no rosto, cabelo esvoaçante.
Queria mesmo era chegar em casa logo, deitar de bruços, aconchegar a cabeça e os braços no travesseiro fofo e degustar meu novo amor.
Foi um delírio...foram apenas 3 dias...quando eu amo eu quero o tempo todo, então era no banheiro, no ônibus, na cama, no horário do almoço...até na fila do fast food eu lia, lia, sorria, chorava, lia mais um pouco e esquecia de tudo ao meu redor!
Eu estou completamente apaixonada.
Sabe quando você tem vontade de ligar a toda hora, mandar recadinho bobo no orkut, mensagens no celular e tudo mais?
Sabe quando dá frio na barriga de encontrar, quando você deseja que o dia passe voando só pra poder ficar perto?
Estou me sentindo até meio boba, sei lá, fico corada ao lembrar dele, fico com vontade louca de beijá-lo e abraçá-lo.
Olho pra ele e penso, meu deus!!!, que boca vermelha gostosa, que olho verde lindo, que sorriso, que mãos, de tudo!
E sabe o que mais me assusta?
Essa semana a gente completa 2 anos de namoro...
7/08/2008
De sonhos e de medos
Não posso saber de você, mas estou com medo.
Medo de ser novamente difícil. Não que agora seja fácil.
A rotina, os horários, os salários, tudo nos boicota.
Mas a gente sempre dá um jeito.
Não posso falar por você, mas eu sonho com a gente.
Sonho com o espaço divido em dois. Sonho pequeno.
Nossos braços recolhidos no mesmo abraço.
O beijo de até breve, com certeza de ser realmente breve.
Não posso sentir por você, mas eu tenho medo de sonhar.
Arrisco tudo na gente, mas dá medo de perder a aposta.
Às vezes eu queria ser como num sonho.
Pequena e protegida. Sem decisões, sem choros e sem problemas.
Não posso sonhar por você, mas divida comigo seus medos.
Já não somos mais plenos quando separados.
Meu maior sonho é conseguir afastar o medo de você.
Por isso entrego agora minha força e coragem, são suas, absolutamente suas.
Assim como eu sou absolutamente sua.
Coisas de internet

É, eu sou menininha e sonho com casa de cerquinha branca, gatos e cachorros de estimação (muitos gatos e poucos cachorros), e por que não dizer, com filhos!
Essa coisa de ser mãe nunca fez minha cabeça...mas confesso que ter uma relação plena (apesar de ainda vivermos problemas de adolescentes) e estar chegando nos 30 acabou aflorando esse meu lado materno, até então adormecido.
Quem me conhece sabe que amo crianças e que elas me amam.
Sabem que eu adoto os sobrinhos de todo mundo e conto as qualidades deles com o maior orgulho do mundo.
Sabe também que eu trabalhei como babá desde os 11 anos e que depois disso trabalhei numa creche por mais 5 anos.
E tá cansado de saber que eu sou completamente apaixonada pelos meus sobrinhos...os de coração e os de sangue, sem esquecer de nenhum, aqui vai um beijo infinito da tia nem sempre tão presente quanto gostaria.
Junior, sobrinho de coração, que já me fez ser tia-avó...beijo de banho de piscina na casa da sua avó Rosinha.
Luíza, sobrinha de coração, que está um mulherão lindo e inteligente...beijo de flan com caldinha de caramelo que só a sua mãe (irmã do coração) sabia fazer.
Lucas, sobrinho oficial mais velho, amor incondicional e infinito...beijo de "pesunto"
Maria Carolina, sobrinha maravilhosa , de sangue e de coração...beijo de bolo de crocante.
Gabriela, sobrinha mais que esperada, que só dormia no meu colo e no carro...beijo de brigadeiro de colher.
Eduarda (minha afilhada mais velha e perfeita), uma das gêmeas mais linda do planeta...beijo de lasagna da tia Cíntia.
Mariana, a outra gêmea mais fantástica do mundo...beijo de farofa da vovó Lili.
João Vitor, o menino tão desejado, depois de tantas mulheres...beijo de bagunça da cama.
Isabela (minha afilhada mais nova e perfeita), nossa paixão mais nova...beijo de neném, muitos nenéns!!!
E porque não voar ainda mais alto e dar risada do resultado?
Pois então, esse aí em cima é meu filho, segundo o site www.makemebabies.com
Só não sei de onde saiu esse cabelo ruivo!!!!!!!!!
Momento de dúvida
Tenho visto coisas de arrepiar...e sábado corto o meu...se ele ousar sugerir mullets eu fujo correndo!
7/03/2008
CUIDADO TPM
Algumas coisas me deixam muito irritada.
Muito mesmo, a ponto de explodir, mandar a merda, sair batendo pés e portas.
Uma delas é cliente insuportável.
Aos que espiam aqui, eu sou publicitária, e faço desde cafezinho até atendimento (exceto arte).
Mas eu odeio, real e profundamente, os clientes em geral.
Não os gerentes de marketing (tá, alguns eu odeio também)...odeio mesmo é o dono da empresa.
Sabe aquele cara que encheu o cu de grana e que acha que por isso tem o direito de te tratar mal? Sabe aquele cara que se formou em Administração (quando muito) e acha que saca muito mais de layout que você? Sabe aquele cara que acha um A-B-S-U-R-D-O você cobrar (um preço muito justo) por um anúncio de jornal?
Afinal esse anúncio nada mais é “do aquela logo que eu já paguei há tempos atrás, mais essa frase embaixo que eu também já paguei (slogan), mais essa foto que eu insisti em ser feita com a minha netinha linda (monstro do lago Ness), mais um pouquinho de texto, e esse monte de espaço em branco!!!”
É meus amigos...tem dias que a minha vontade é urrar!
Outra coisa infinitamente irritante é cliente que pede 354643469766 alterações. Uma por uma, que é pra acabar de vez com o resquício de paciência que me sobrou.
Pra finalizar com chave de ouro eles EXIGEM a entrega imediata do material impresso. Como se nós tivéssemos o dom da impressão.
Ou como se o mundo gráfico girasse em torno do umbiguinho da empresa deles.
Ah, convenhamos, tem gente que merecia cadeira elétrica, ou como dizia uma amiga: deviam entrar em combustão espontânea! Preferencialmente ao acordar, que é pra não dar tempo de me solicitar NADA.
Mas aos trancos e barrancos a vida segue, e eu ainda vou desenvolver dons sobrenaturais que me farão prever orçamentos e agilizar produções para entrega em 2 horas, ou até o meio-dia.
Tá, agora chega que acabei de quebrar um brinco e descobrir que está chovendo.
E eu, pra variar, estou sem guarda-chuva!
"seja na terra, seja no mar, vencer, vencer, vencer..."
Flamenguista até o último fio de cabelo confesso que adorei a derrota do Fluminense, ontem, na Taça Libertadores.
E não me venham com essa de que Flamenguista é tudo burro e que é uma vergonha nacional não torcer por um time do seu país.
Admito que sou mesmo um pouco irracional no quesito futebol, mas a minha gana mesmo não era contra o Flu, é contra o tal do Renato Gaúcho.
O cara é insuportável, arrogante, prepotente, achava que o título estava ganho e fez um gol de barriga em 95, numa final decepcionante de um campeonato carioca.
É, esse campeonato que ganhamos esses tempos, aliás campeonato vencido 29 vezes e que somos bi-campeões!
Confesso também que pode ser um exagero, que não devemos guardar mágoa e coisa e tal...pra mim é tudo falaçãozite.
Sou Flamengo até morrer, e morri de rir hoje pela manhã, ao me deparar com o resultado final.
E sabe o que foi melhor? Saber que eles foram até o limite.
Sim, os jogadores merecem os louros, foram guerreiros, sem dúvida!
Mas não deu pra eles...que pena!
Agora é levantar a cabeça e correr atrás do prejuízo no Campeonato Brasileiro...em qual colocação estão mesmo? Oi, não ouvi direito? Ahhhh, 20ª!!!
E o Flamengo??? Hã?
Pois é, mas como é preciso manter a humildade vamos seguir em frente.
E só mais uma curiosidade...você sabia que para essa final no Maracanã a LDU treinou na Gávea?
Nada é por acaso...
6/09/2008
...há tempos atrás...
Dizem que meninas sozinhas fazem coleção.
Não sou mais menina e, no entanto, coleciono muito.
Tudo que encontro pelo caminho eu guardo comigo.
E de cada passo trago um pouco de quem já passou.
Trago da vida muita história pra contar.
Tanto desejo, tanto desencontro, tanto sorriso que não caberia num livro se eu fosse soletrar.
Trago de casa amigos-irmãos que sabem da pressa e apertam o passo para poder acompanhar.
Trago do caminho trilhado amigos de porta-retrato com quem trato sempre de bate-papo. Alguns encontro todo dia, alguns sinto falta de olhar.
Trago no coração alguns amores partidos e outros que logo partirão.
Trago da morte um fim tão forte que só traz a certeza que é importante construir uma fortaleza pra antes de tomar qualquer decisão.
Trago da tua boca a semente travada e lacrada, a certeza latente da minha devoção.
Trago do corpo a vontade, inegável o fato de se ter um bom trato.
Trago do mundo o castigo de não conseguir abrigo e tentar sempre um precipício a cada buraco no chão.
"pular de precipício em precipício, ossos do ofício"
Não sei exatamente como foi, só sei que aconteceu.
Percebi que amo muito, que amo mesmo soterrada em contas, que amo feliz, que amo no mau-humor do despertar, que amo depois do banho.
Não sei exatamente quando foi, mas acredito que pode ter acontecido naquele dia em que parei de correr atrás e resolvi seguir em frente.
Talvez tenha sido no dia seguinte, ainda não sei.
Mas sei que amo exageradamente. Amo tanto que penso que nem amo mais. Por uns instantes eu desisto e logo volto pra buscar o amor.
Não sei se foi a sobrinha aprendendo a falar, se foi a mãe desistindo da sua força e cansando de lutar, não sei se foi a saudade de cantar Julio Iglesias no sala de visitas. Mas agora eu tenho certeza, eu amo.
Eu amo sem orgulho, sem prestígio, sem chacota. Amo com ironia, com desprezo, até com uma certa raiva de amar tanto, mas eu amo.
Eu invisto cada dia mais, eu imploro por novas chances, eu rezo e peço que tudo dê certo no final, porque eu amo, e sei que vale a pena amar.
Porque, cada dia mais, recebo provas de amor.
Cada dia que era presente e virou passado me coloca exatamente onde eu deveria estar. E eu amo.
Amo a vida. Amo viver. Amo você.
5/29/2008
"só enquanto eu respirar"
Ele se deita todas as noites antes de dormir e faz um relatório imaginário do seu dia-a-dia. Pensa que já fez muito pelo mundo e que continuará fazendo. Separa o lixo reciclável do lixo orgânico, mas no seu conjugado não tem espaço pra tantos sacos e ele se livra deles antes que percebam sua imprudência. Precisa urgente de uma nova agenda para anotar os compromissos de ontem. Ele aguarda ansioso esse mundo melhor chegar. Um mundo em que violência e trégua não existem. E se não há mortos, o que faremos com tantos cemitérios? Não busca resposta porque cansou da pergunta.
Ele acorda suado de coberta, ficou com medo do escuro do quarto, o silêncio o enlouquece. Liga o ar condicionado para espantar os mosquitos. Esses insetos estão cada dia mais insensíveis. Dorme com música pra ninar os sonhos. Ele é forte e viril, mas precisa tomar o achocolatado antes do trabalho, senão não rende, senão cansa antes das 9h. Ele busca um mundo melhor pro seu filho. É desses homens que cumpre as promessas entre uma figa e outra. Não quer mais lixo nas ruas nem rios poluídos, mas esqueceu que o óleo da fritura precisa ser guardado e não despejado na pia branca. Não se importa. Afinal, foi só dessa vez. Na próxima ele se lembrará e fará como mandam as regras do bom comportamento. Ele sonha com o dia em que todos sairão às ruas para se cumprimentar com sorrisos, odeia os encontrões das calçadas estreitas. Não suporta as cabeças baixas daqueles que vagam, apressados, sem tempo e sem futuro. Sempre fecha o rosto quando isso acontece.
Ele procura nas mãos um motivo a mais para sorrir, mas esquece que o sorriso está guardado nos olhos. Finge prazer na cerveja gelada depois do expediente e volta exausto de tantas filosofias de botequim.
Ele tira os sapatos para entrar em casa, deixa na porta os restos de um dia cansativo e triste, com sol e chuva. O tempo hoje em dia está caducando, esqueceu-se o que é ser verão e inverno e misturou tudo num mesmo momento, pra ninguém perceber sua falta de atenção.
Ele acorda mais um dia pra labuta. Promete cuidar do mundo que será de seu filho, cuidar de verdade, fazer sua parte. Fuma um cigarro enquanto espera a condução. Não sabe o que fazer com o filtro, já apagado, e o joga na boca de lobo próxima ao meio-fio. Todo mundo faz isso, uma bituca a mais não fará diferença.
Ele embarca no latão lotado, desliga-se dali e lembra da promessa. Lembra que não foi fiel aos conselhos que deu, nem seguiu os pedidos do mar, nem ouviu os lamentos do rio. Volta ao seu mundo sem culpa, quando seu filho nascer ele fará tudo do jeito certo.
5/07/2008
...é pra pensar mesmo...
Pois bem, eu assumo que também sinto esse medo.
"Viva a sua maneira, não perca a estribeira, saiba do seu valor"
Pode parecer simples, mas o fim é sempre triste.
Por mais que você tenha certeza de que essa é a coisa certa a se fazer, que não dava mais, que vai ser melhor assim.
Só o tempo cura um coração partido. O que não se fala é que um coração remendado traz com ele muitas marcas que não se apagam mais.
Traz algumas paranóias, traz um pouco de desconfiança, traz ciúmes.
Mas é importante se fazer valer das forças ocultas que aparecem do nada quando você mais precisa delas.
É deveras valioso que você, se tiver o coração quebrado, se reúna com o máximo de pessoas geniais, que dance até o chão espantando a tristeza e que se permita chorar.
Porque nada lava mais uma alma do que uma boa dose de lágrimas salgadas.
Elas podem ser caudalosas, únicas ou esparsas. Não as prenda no seu peito, nunca!
Elas podem se tornar um nó apertado que fica mais firme com o passar do tempo. Ou ainda podem virar uma ruga triste entre seus olhos.
Não permita isso!
E essa gente que anda por aí sem ter noção do estrago, certamente vai encontrar algumas pedras no caminho. Mas vai encontrar sozinho, ninguém vai precisar coloca-las lá.
Essa gente vai sentir um amargo na boca, vai dormir um sono confuso e agitado, vai roncar parecendo que engoliu um bicho.
Certamente quem anda fazendo estragos nos corações alheios vai chorar lágrimas sofridas para tentar, em vão, não atrofiar o coração, porque o jeito de amar deles é torto e fez sofrer quem só se dedicou.
No amor só vale fazer o bem. Só vale estar bem. Só vale ver o outro bem.
Se você é um desses que anda fazendo estragos por aí, cuidado! O mundo gira e as energias conspiram para que tudo retorne ao ponto de partida.
Desvie das pedras, mas não pense que conseguirá fugir delas pra sempre.
Se você teve o coração devastado, lembre-se que a vida passa por ciclos e que é preciso esperar a noite acabar para ver o sol nascer de novo.
Se isso parece auto-ajuda eu prefiro classificar de “filosofia de botequim” e fazer rir a quem seja de rir.
E amar é sempre permitido.
"É raro encontrar um amor, mais raro merecê-lo." – Fabrício Carpinejar.
4/23/2008
"ai de mim que sou assim"
Sou também perfeccionista, traço marcante do meu signo de terra, que eu achava que não fazia parte de mim.
Além disso, também sou um pouco insatisfeita e dada aos lampejos de melancolia e um eterno senso de “não era assim que eu queria”.
O problema disso tudo é que acabo me frustrando em algumas situações. E o pior, acabo enlouquecendo as pessoas ao meu redor.
Prometo, perante todo o mundo virtual, que serei mais compreensiva de agora em diante!
* ainda bem que ninguém lê isso aqui!!!!