11/06/2007

Às vezes dá preguiça na areia movediça, quanto mais me mexo mais afundo em mim...

Então foi assim, de repente, que descobriu a verdade.Percebeu num pequeno gesto a saudade sofrida de uma semana sem seu olhar. Quando colocou os cabelos por trás da orelha, lembrou da mão dele. Lembrou da força com que a segura quando caminham, lembrou de quão leve ela é ao percorrer as suas costas e o quão forte pode se transformar...Correu a vista pelo quarto, não era nada...apertou o travesseiro contra o peito, o nariz esmagado na espuma buscou o cheiro que ela precisava pra respirar aliviada.Bom mesmo é saber que vale a pena tentar, se arrepender, correr atrás do que se acredita e voltar a tentar.Incrível como pequenas coisas tornam-se imensas no silêncio da solidão. Nada importa, nada consola, nada faz sentido.Cada dia é diferente, apesar da rotina e a força em acreditar que o melhor está próximo faz com ela acorde todos os dias, tome um banho demorado, escove os cabelos sem pressa e corra para não se atrasar. É sempre assim, faz tudo devagar até perceber que não tem mais tempo.Arrepende-se de não ter falado a coisa certa na hora exata, mas acalma-se quando pensa que nunca se tem a palavra que se quer, na hora que se quer...as palavras na vida dela têm vida própria, correm, se escondem, aparecem, fogem.Os cabelos voltam a cair nos olhos, agora fechados...assim ela permanece por horas, ou minutos. Sabe que precisa esquecer o que está à sua volta, que nada vai fazer o vazio se encher. Ela está exausta de viagens rápidas, de mochilas pesadas, de amigas longe. Ela quer apenas sentar e papear, sem metas, sem números, sem reuniões logo em seguida...quer liberdade para ousar e arriscar a pele numa nova tatuagem. Ela quer o mar por perto, mas não se alegra em tê-lo ali no próximo quarteirão. Ela quer brisa fresca, mas não se contenta com o trocado do vento, ela quer paz, mas não consegue acabar com a guerra dentro de si.Ela sou eu...