5/24/2007

Como se a alegria recolhesse a mão pra não me alcançar...

Passo os dias desviando meu pensamento de você.
O pior é que você me persegue nos detalhes da vida, nos sussurros do vento e da tempestade.
Passo horas buscando uma nova atividade, um outro foco, esqueço que te amo e dou bola pra qualquer canalha que cruza o meu caminho.
Mas volto pra casa sozinha, no teto do quarto está seu sorriso desenhado e no colchão o formato dos nossos corpos abraçados. Fico com raiva do desconforto de dormir sozinha.
Talvez seja tarde pra tentar esquecer ou cedo demais pra mergulhar assim, tão profundamente, num desejo que nem eu entendo direito.
Não consigo parar. É mais forte do que eu, é indiscutivelmente mais forte do que todas as minhas vontades de ser esquecida.
O telefone pula na minha mão e os dedos discam eufóricos o seu número. Um, dois, três, quatro, cinco toques e do outro lado da linha está o silêncio. Odeio essa atitude fraca de te buscar no escuro, sempre andei de olhos vendados porque diabos essa mania de luz, agora?
Não quero mais te prender na garganta, preciso soltar esse grito que amarra a minha vida à sua respiração, preciso suspirar de alívio, não de tensão.
Onde foi parar minha independência, minha auto-suficiência?
Não sei se quero isso, se quero aquilo ou se quero os dois ao mesmo tempo.
Se acabar hoje já tenho programa pra amanhã, mas é sessão repetida e canso de escutar os lamentos da chuva. Preciso de você de volta, rápido, antes que eu desista de ser assim bonita.

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