9/17/2007

O importante é que eu cheguei agora, alegre como sempre, feliz a cantar...

- para Sabrina, Andreza e Priscila

Enfim, saudade! Quando você pensa muito em alguém que gostaria de ter por perto, pelo menos uma vez ao dia, sim...isso é saudade. E a saudade, em alguns casos, não é ruim, apesar de doer forte. A saudade é a prova física de que temos amor demais pra dar e receber. A saudade nos mostra que a distância é mesmo uma merda e que é preciso inventar logo o teletransporte. E quando a saudade acumula horas de conversa e anos de amizade ela dói mais fundo. E você precisa se movimentar com calma pra ela não mexer a lâmina afiada que lhe corta o coração. E ela fica sussurrando no seu ouvido piadas internas, músicas, letras e poemas. Faz você enxergar no horizonte um ônibus lilás, um gol branco, um ciclista qualquer...faz você ter rompantes e dizer "arruma a gola dele", faz até você queimar o gener...pobre gener e seu calção de corrida. A saudade faz você se refugiar na casa da árvore, chorar de medo do telhado que estala e das decisões que precisa tomar. Ela, vez em quando, grita e bate na sua cara quando você esquece as datas especiais, mas depois te libera a sensação de alívio quando lembra que será perdoada. A saudade também te aconselha a seguir em frente, a pular o precipício, porque certamente você terá três grandes abraços fortes te acolhendo depois da queda. A saudade se orgulha das suas vitórias, lá de longe, sorrindo. Ela analisa seus amores pelo buraco da fechadura e mesmo quando ele é do tamanho do seu sonho ela dá um palpite pra incrementar a história. A saudade odeia de morte os cretinos, acéfalos, esquisitos e casados. Odeia lembrar que machucaram as almas que você ama tanto. Odeia. Mas ela também afaga a vontade e diz pra ela que é só dar tempo ao tempo, que tudo se resolve, inclusive a distância. E se busca nessa hora um colo de seis mãos, cheias de idéias geniais e diferentes sobre a vida e a morte. Busca ajuda no pensar pulsante de uma grande amizade.

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