4/23/2008

"ai de mim que sou assim"

Ok, ok..eu admito, sou uma romântica incurável.
Sou também perfeccionista, traço marcante do meu signo de terra, que eu achava que não fazia parte de mim.
Além disso, também sou um pouco insatisfeita e dada aos lampejos de melancolia e um eterno senso de “não era assim que eu queria”.
O problema disso tudo é que acabo me frustrando em algumas situações. E o pior, acabo enlouquecendo as pessoas ao meu redor.
Prometo, perante todo o mundo virtual, que serei mais compreensiva de agora em diante!

* ainda bem que ninguém lê isso aqui!!!!

Alegria de viver do dia

Fê - Isabela, esse é só um presentinho, tá! Porque presente mesmo a gente só ganha no Natal e no aniversário...a Dinda só quis comprar porque a Dinda quis...
Bela - nenémmmmm (abrindo o pacote).
Fê - simmmmmmm, um neném...como que vai ser o nome dela?
Bela - o mone (nome) Jaque!
...horas depois ela dorme abraçada à Jaque...

Vontade de morrer do dia | Parte 2

Juliano (amigo do namorado) - Fê, deu uma engordadinha, né?!
Fê - é...
Juliano (amigo do namorado) - não, mas tá legal, tá legal...
Fê - é...

Vontade de morrer do dia | Parte 1

Cabeleireiro - quer que eu mantenha o comprimento?
Fê - não, pode tirar uns quatro dedos
Cabeleireiro - Fê, você tem neném pequeno?
Fê - não...

"oh chuva, só peço que caia devagar"

Não basta querer.
A rotina, o trabalho, os problemas, a falta de grana. Tudo é claro, faz parte da vida, mas não adianta sentar e reclamar.
E ela sabia que as coisas não seriam como ela sonhava. Tinha certeza que o caldo poderia entornar, ainda mais com sua pouca habilidade na cozinha.
O fato é que estava um pouco cansada de dar sem receber.
Estava exausta de ter que medir as palavras em conta-gotas e ser obrigada a engolir litros de desaforos.
Sempre foi adepta da gentileza, do agrado. Não se sentia menor em fazer, mas gostava de ser reconhecida por isso.
Jamais fez algum favor a alguém esperando algo em troca. Só que era um alento à sua alma, sempre tão carente, ter a certeza que poderia ganhar atenção sempre que precisasse (e ela sempre precisava).
Não era o caso de querer ser agradada vinte e quatro horas por dia, isso não. Mas queria receber carinho, elogios, beijos despretensiosos.
A simplicidade dos gestos era muito mais importante que uma noite de sexo selvagem.
Ser bem tratada, ser ouvida, ser aconselhada, ser envolvida num abraço carinhoso, era disso que estava precisando.
E por que, Deus, era tão difícil? Por que as coisas tinham que ser assim?
Será que não dá pra ser legal todos os dias, ela pensava?
Ela entendia que as pessoas têm dias ruins, e compreendia tão bem que ficava em silêncio, não fazia perguntas.
Mas não bastava. Ela sempre gostou de entender as coisas de verdade, começo, meio e fim.
Tomou coragem e algumas cervejas (muitas) e decidiu abrir o bocão.
Chorou, lamentou, esperneou e temeu não ser compreendida. E lógico, não foi.
Mais uma vez teve que ouvir duras verdades e dolorosas meias-verdades.
O problema maior foi ter que reconhecer que nem sempre era assim tão altruísta quanto se considerava e reparar que muitas vezes a aspereza alheia era o reflexo da sua própria forma de lidar com os fatos.
Também havia errado, e muito, no cálculo das verdades. Também havia magoado, também havia ferido um coração.
Foi dormir embriagada, de cervejas e tristezas. Pensou se aquilo tudo realmente valia a pena e acordou temendo ser convidada a se retirar daquela cama que amava tanto.
Levantou no silêncio, tentou vestir-se na bruma da manhã, para não incomodar seu sono.
Não houve jeito, ele percebeu sua ausência na cama e, antes mesmo do bom dia, perguntou de forma fria: “vai embora?”
O coração dela correu do peito para a boca, a respiração parou por dois segundos e o estômago sentiu um vazio interminável.
Ela apenas respondeu: “não”.
Ele virou-se para o lado e voltou a dormir. Logo em seguida espirrou, como de costume, e pediu a ela que buscasse os lenços de papel.
Logo depois ele se levantou, ela estava sentada no sofá da sala. Os olhos caídos de ressaca e noite mal dormida ganharam um brilho extra ao se encontrarem com os dele, num olhar rápido entre o corredor e o banheiro.
Ele aconchegou-se com a cabeça no seu ombro e disse: “minha coelha”.
E o domingo de chuva lavou a alma dela. Não tocaram mais no assunto, certos que tudo estava resolvido.

4/01/2008

direto do túnel do tempo...

* texto de 07/06


Atenção terráqueos é hora de voltar!
Chega de reclamar da vida, se o destino não foi legal com você até agora, dê a ele mais uma chance. Sempre há tempo de se redimir.
Nada de julgar as esposas que traem, muito menos os amigos que se acomodam num mundo próprio e sem cor.
É hora de agradecer a nova oportunidade de ser feliz. Sem essa de se contentar com doses homeopáticas de amor.
Esses tostões recebidos ao longo do tempo nunca levaram a nada, você não enriqueceu com os trocados, portanto corra atrás de novos investimentos.
Não pense que amanhã pode acabar, viva agora o seu novo amor. Seja ele seu amigo, seu chefe, seu vizinho ou professor.
Volte aos abraços dos bons e velhos amigos. São eles que fazem suas loucuras ter sentido.
Não quer ir à caça? Então divirta-se com as presas alheias e aprenda com as grandes caçadoras quais as melhores armas a se usar numa noite de tédio.
Alou terráqueos, a hora de voltar chegou e não temos mais tempo para esperar...nem Godot, nem Pedro, nem ninguém...
Agrade seu corpo no frio sucumbindo a um delicioso banho quente e mergulhe numa cama macia. Cama com edredom recém lavado que de tanto esfregar já nem é mais azul.
Não perca sua cor com os dias que se arrastam, não vale a pena.
A vida é ridícula e fugaz e merece risadas contínuas de pura liberdade.
Massageie seus pés quando tiver um tempo, eles o levam ao dia seguinte sem nunca reclamar. Viva o mar, sua salinidade e temperança.
Viva a saúde de um brinde à paz mundial.
Viva a conquista de ter sua vida de volta.
Viva!

"viajaria a prazo pro inferno"

Manual de boa conduta para passageiros de ônibus rodoviários.

Ora, tudo bem, pegar ônibus é mesmo um saco.
Claro que existem as compensações, afinal esse mesmo ônibus vai te levar para um lugar onde, presume-se, pessoas queridas o estarão esperando.
Mas o fato é que eu tenho observado que, uma breve, ou uma longa viagem podem se tornar muito mais agradáveis se tomarmos algumas medidas simples.

- Se você comprou a poltrona 36/corredor sente-se na poltrona 36/corredor. Não queira dar uma de espertinho e sentar na janela. Se a sua intenção era sentar-se à janela, que tivesse escolhido outro banco.
- Se você pretende descer em um ponto imaginário, logicamente bem próximo a sua casa, opte por um ônibus “pinga-pinga”. Não tente persuadir o motorista com histórias tristes. Já pensou se dos 50 passageiros, 15 tiverem essa feliz idéia?
- Se você estiver acomodado numa poltrona do corredor e a pessoa que comprou o banco da janela chegar, e lhe pedir licença para poder sentar-se, tenha dignidade de se levantar. Nem você merece levar uma bundada na cara, nem a pessoa merece ter que esfregar a bunda em você.
- Se o passageiro ao seu lado está com fone de ouvidos evite puxar conversa, ele provavelmente está bem mais interessado em ficar em silêncio. Se for uma pergunta de extrema necessidade, faça-a de forma rápida e clara e se o passageiro recolocar os fones com pressa, inevitavelmente cale-se, porque ele não irá mais te responder.
- Se bater aquela fome seja discreto ao abrir pacotes de salgadinho, especialmente nas madrugadas quando o ônibus está em silêncio e os pobres passageiros estão tentando relaxar no balanço sacolejante das nossas estradas.
- Ao levantar-se para descer coloque sua poltrona na posição 90º. Lembre-se que pode ter algum passageiro gordinho sentado atrás do seu banco, querendo desesperadamente descer também.
- E por fim, cumprimente o motorista que o trouxe são e salvo ao seu destino, educação nunca é demais.
Se as pessoas pensassem um pouquinho mais em ser agradáveis, certamente o mundo seria um lugar bem melhor de se viver. O individualismo tomou conta das nossas atitudes. Ninguém mais pensa no bem-estar coletivo. E isso, meus amigos, será o grande mal da humanidade. Há que se preocupar com as pessoas, com os animais e com a natureza. Você não precisar mudar o mundo, basta fazer a sua parte.